segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Do alto

Do alto, conseguia avistar o caminho irregular, as casas esmorecidas, os jardins desbotados. Era uma tarde fria, como tantas outras perdidas. E eu lembrei-me mais um milhão de vezes, de todas as vezes das vezes, daquele dia que nunca esquecia... o dia em que te vi partir. De costas voltadas, ombros gastos, sem sombra, voz derrotada, caminhando sempre a descer, aumentando a distância entre nós.
Do alto, pensei que um dia me esquecia, mas todos os dias partias.

4 comentários:

piedadevieira disse...

Oi, querida amiga!
Como tenho procurado você!Dá-me o prazer de tê-la nos meus olhares.
Adorei seu comentário, é bom divergir um pouco.
Beijos

piedadevieira disse...

Seu texto fez-me lembrar de um filme.
...todos os dias partias... trouxe-me tantas saudades! Dolorido e maravilhoso.Pode?
Beijinhos

Anónimo disse...

há imagens que nos ficam. Esta aqui partilhada representa um bocadinho da vida de todos, há partidas que se parecem repetir.
Lindo e Triste mas muito certeiro...
escreveste-o directinho do coração, não foi?
nota-se deste lado o carinho empregue em cada palavra...

beijinho

Susy disse...

É do alto que melhor se vê aquilo que temos de reter! E se não conseguimos ver à primeira, a imagem repete-se as vezes necessárias!

Gostei muito deste teu espaço! Vou fazer por voltar!

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