terça-feira, 30 de junho de 2009

Pode ser só até amanhã...

Tenho andado perdida por aí, por esse mundo que me sufoca... Tenho estado quieta no meu canto... até tu chegares... Transformaste o meu mundo em desejo, liberdade e satisfação... E agora, quando estou mais perdida do que nunca, é que me sinto bem, perfeita, livre e solta...
Por vezes perco a visão espelhada de mim própria, perco-me em ti... e está tudo bem entre nós que somos ambos estranhos, caóticos e solitários. O mundo gira todos os dias e o meu pensamento gira em volta de ti... Pode ser urgente, pode ser já, pode ser só até amanhã... Seja como for, hoje não tive saudades de ti, só daquilo que fazes em mim...

sábado, 27 de junho de 2009

... onde me solto ...


Gosto de escrever.

Escrever para mim, para meu proveito e auto-satisfação ou talvez auto-flagelação.

Gosto de palavras simplificadas, despidas de hipocrisia, repletas de sabedoria ou talvez não.

Gosto do sabor amargo de algumas delas e, de algumas, até gosto do cheiro adocicado, que me transporta à minha infância.

Gosto de as ver a saltar nas linhas do papel, livres, soltas, em ebulição.

Também gosto de as agarrar e, uma a uma, amarrá-las em frases, como se fizessem parte de um fio condutor, de calor, ou não.

Gosto delas quando piscam os olhos de forma marota, petulante, matreira, interesseira, provocante...

Gosto delas curvilíneas, apetitosas...

Gosto quando começam com a letra S: Sensualidade, Sedução, Satisfação, Sim...

Dizem que são as estrelas que nos conduzem, mas é o SOL que nos ilumina.

Seja como for, gosto de brincar com elas. São horas de prazer onde me solto...

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Na sombra do Tempo

Nunca esquecerei aquelas noites e pergunto-me se tudo não passou de um sonho. Lembras-te que me punhas doida ou de como eu te fazia enlouquecer... Lembras-te das festas que fomos, da música bem alta, dos sorrisos comprometidos, do paladar das bebidas frescas, do regresso a casa...
Não percebo o que aconteceu ao nosso amor... Continuo a pensar em ti, na tua pele a brilhar ao sol mesmo depois do Verão terminar... E uma voz dentro de mim diz para não olhar mais para o passado. Pensei que sabia o que era o amor...
Mas, afinal o que sei? Sei que esses dias fugiram para sempre e que talvez seja melhor deixá-los na sombra do Tempo...

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Ruas da minha vida, ruas da minha cidade

Gosto da cidade quando o barulho é tão ensurdecedor que nem consigo pensar. Gosto dos rostos urbanos, sofridos e desapegados do mundo. Gosto dos reflexos sujos das vitrinas e dos cheiros corrompidos pelo tempo. Gosto das cores, negruras e amarguras de cada recanto e esquina. Gosto do desassossego, do desapego, do desespero nas ruas citadinas. Gosto do esvoaçar das pombas, ignorantes, inconstantes e indiferentes à nossa passagem. Gosto dos vultos das gentes, fantasmas acordados que saltitam pelas calçadas de pedra. Gosto de ti Cidade, porque quando estou confusa é em ti que vejo o meu reflexo.

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Um mergulho delicioso


Desato o nó e o vestido desliza pelo corpo como se fosse caramelo quente a derreter. O pé desliza pela água e todo o corpo vibra com um arrepio frio. Lentamente entro na água com uma crescente ansiedade. Dou o primeiro mergulho e o corpo quente parece vidro a estalar... esta mistura do quente e frio sabe tão bem... este mergulho é delicioso. A água lava-nos o corpo e a corrente leva-nos os pensamentos. Deslizamos com a água, abrimos os braços e a Vida encarrega-se de nos levar. E é tão bom quando alguém nos leva assim...

Quem já nadou assim num rio corrente ou no oceano azul sabe de que liberdade estou a falar... delicioso...

domingo, 7 de junho de 2009

Noites bem passadas

Para onde foi o tempo em que os dias se resumiam a noites bem passadas?
Uns copos com os amigos, uns cigarros à mistura e tudo o resto era uma surpresa agradável.
Noites de dança, noites de calor, tanto calor... tanta paixão... tanta sedução...
Noites de petiscos à madrugada... noites sem Amanhã...
Noites de verdadeiras confissões entre amigos, partilhando um banco, um céu e tantos sonhos.
Noites de segredos ao ouvido, sob o palpitar de um coração, um sussurro nervoso "gosto tanto de ti"....
Noites em que a lua estava tão perto que corava com o sopro de um beijo...
Noites passageiras, em que Tudo fazia sentido.
Noites em que o tempo nunca mais acabava, em que todas as noites eram a mesma noite...
Noites com tempo para olhar as estrelas, acreditando que o Futuro estava longe, tão longe...
Mas, afinal, ele está Aqui... passando bem perto de mim...

sexta-feira, 5 de junho de 2009

às vezes sou também ninguém

às vezes é no meio de muita gente
que descubro aquilo que sou...
um grito de ira de um deus qualquer
um minuto de tempo perdido e esquecido
um traço desenfreado num caderno de escrever
um sopro de um sonho de alguém
um instante de glória em lábios ardentes
às vezes sou também ninguém...