segunda-feira, 27 de julho de 2009

Gaivota que voa

Quem me dera ser gaivota e percorrer os céus de Lisboa. Nas asas levar a imensidão azul do Atlântico e percorrer em voo ziguezagueado as margens serpenteadas do Tejo.

Quem me dera ser gaivota e fazer o meu ninho junto à costa. Acordar pela manhã com os salpicos de água salgada e repousar nas fortalezas de pedra que emergem das profundezas do oceano.

Quem me dera ser gaivota e voar livremente pelos ares. Ser cinzenta como o dia de hoje e, nas noites mais escuras, debicar nas estrelas os meus sonhos depositados.

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Foi assim, por acaso...

Descobri-te por acaso , como quem encontra uma moeda na calçada.

Andava perdida há tanto tempo e foi quando me deste a tua mão que me senti viva.

Foi no teu toque, na tua firmeza, que percebi que ,todo aquele peso que sentia no peito, era o peso do meu amor a transbordar...

Foi assim, por acaso, que te encontrei e nunca mais te consegui abandonar...

terça-feira, 14 de julho de 2009

No teu deserto

No teu deserto
tenho fome e sede de ti.
No teu deserto
não há oásis nem palmeiras
nem sombras onde dormir.
No teu deserto
há silêncio, tranquilidade,
paz e consciência.
No teu deserto
não há passado
nem futuro
só presente
constante
distante.
No teu deserto
nada se espera
nada se encontra
tudo existe.
No teu deserto
não há longe
nem perto
tudo é incerto.
No teu deserto
só existimos tu e eu...

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Hoje não sou eu...

Hoje não sou eu quem escreve estas palavras. é alguém que habita no meu corpo por mim. é a minha sombra.
Hoje não sou eu que vivo esta vida inconstante, é um fantasma, um reflexo de mim.
Hoje não quero lembrar o que vivemos juntos. não quero conversar, nem ouvir a tua voz.
Hoje não quero dizer nenhuma palavra. já todas foram ditas, prometidas, sentidas.
Hoje não sou mais que silêncio, vazio, presente, passado.
Hoje quero apenas estar. sossegada neste desassossego em que me deixas.

domingo, 5 de julho de 2009

sem prazo de validade

Consome-me nas minhas horas mais escuras e sombrias
sem prazo de validade...
Consome-me e deixa-me sem sentidos
sem saber o caminho para casa...
Chama-me Eva, a mulher do paraíso...
deixa-me em ponto de rebuçado...
uma trinca nunca chega...