terça-feira, 27 de novembro de 2012

Embora quisesse estar

As palavras são um perigo!
Tentei dizer menos e pensar mais...
E concluí que, se também pensar menos...
Sou mais, muito mais feliz!
Porque eu não sou tua.
Nem estou perdida.
Embora quisesse estar.

terça-feira, 13 de novembro de 2012

quando se fecha a porta

chego quando o sol queima o mar. recebes-me com a pele quente. rasgando até ao fundo de mim. por dentro. onde está mais quente. apertas-me. fundo-me em ti. a escaldar. somos um corpo. uma respiração a dois. uma boca que sofre. quatro mãos que ganham vida própria. no peito há tambores invencíveis. o chão foge. o mundo fica tão longe. nos minutos estão os prazeres. entre palavras impróprias. escandalosas. cruas. entre abusos consentidos. quando se fecha a porta.


segunda-feira, 12 de novembro de 2012

porque és Tu, porque sou Eu

tenho dentro de mim um medo.
um medo terrível de partires.
de partires sem saber.
sem saber o quanto gosto de ti. 
e eu gosto tanto de ti avó.
E esse dia.
um dia.
chegará.
E eu sei que devo ter fé, entregar-me, como tu dizes...
mesmo diante  daquilo que não consigo explicar.
Mas tenho medo. que um dia. nesse dia. que chegará.
Que O medo seja maior que todos os dias que se seguirão...

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

para mim, sem saber

deitei-me e deixei repousar meu coração. repousar meu coração. o tempo ficou dormente. a vida escorreu pelos ponteiros. e ao levantar, sabia que não podia esperar mais. não podia continuar na sombra, sendo a última, o resto, a migalha, o depois, tudo o resto. pois eu sou terra, arte, poesia, chuva fria e doce quente de outono. e sem saber, olhei, mas não me atrevi a ir...

domingo, 22 de julho de 2012

Aquilo que é indizível

Aquilo que é indizível, aquilo que nos escapa, aquilo que nos deixa a pensar antes do adormecer, aquilo que fica cá dentro de nós à espera de ser descoberto num qualquer recanto do coração. Aquilo que à fina força nos tortura... é a existência da possibilidade, que para mim é um conjunto de janelas com híbridas tormentas... O tempo foge voando e tudo me inquieta... E tu estás dentro de mim e eu por dentro de ti e tu estás nestas palavras, que são minhas e de mais ninguém... e nós somos tudo aquilo que é indizível...



terça-feira, 3 de julho de 2012

Re - Nascer Diáriamente

Ter a coragem para viver. Ter a capacidade de nos reinventarmos todos os dias. Olhar a vida de uma nova perspetiva. Tirar partido dos pequenos instantes que nos rodeiam. Porque, às vezes, da banalidade surge a genialidade. Empreender em diálogos úteis. Compreender o essencial dos outros, porque cada pessoa tem um lugar de poesia dentro de si. Esquecer. Esquecer o que já se sabe. Deixar de saber. Dar-se uma nova oportunidade para reaprender, como se fosse pela primeira vez. É assim que se expande o melhor de cada um. Dilatando o coração. Abrindo novas janelas para a realidade. Contemplando outros sonhos. Provocando o efeito-sorriso. Todos os dias temos esta possibilidade.
Todos os dias podemos escolher viver pela primeira vez.

"Phoenix" - Reborn from ashes. Pastel by Margaret Wang.

Coeur de Pirate

sexta-feira, 29 de junho de 2012

A esquina do pecado

A esquina do pecado é onde te encontro todas as noites. Num futuro cujo os minutos ainda não existem. Num alinhamento de pecados perpendiculares quando as mãos se cruzam em movimentos rotativos de 180º graus. Jogos de simetrias que desafiam a matemática dos sentidos e fogem do nosso control. Na esquina do pecado tudo é consentido, somas de murmúrios, equações de prazer. 
É a geometria dos corpos... 

terça-feira, 26 de junho de 2012

Um banco, um céu e tantos sonhos...

Para onde foi o tempo em que os dias se resumiam a noites bem passadas?
Uns copos com os amigos, uns cigarros à mistura e tudo o resto uma surpresa agradável.
Noites de dança, noites de calor, tanto calor... tanta paixão... tanta sedução...
Noites de petiscos à madrugada... noites sem Amanhã...
Noites de verdadeiras confissões entre amigos, partilhando um banco, um céu e tantos sonhos.
Noites de segredos ao ouvido, sob o palpitar de um coração, um sussurro nervoso "gosto tanto de ti"....
Noites em que a lua estava tão perto que corava com o sopro de um beijo...
Noites passageiras, em que Tudo fazia sentido.
Noites em que o tempo nunca mais acabava, em que todas as noites eram a mesma noite...
Noites com tempo para olhar as estrelas, acreditando que o Futuro estava longe, tão longe...
Mas, afinal, ele está Aqui... passando bem perto de mim...

segunda-feira, 25 de junho de 2012

De volta a casa.

De volta a casa, onde toda a gente me conhece pelo primeiro nome, o próprio. As corujas cantam no telhado, as estrelas piscam os olhos, as raposas passeiam distraídas entre os galinheiros fechados a ferro e aço. A ribeira ouve-se a correr, a escorrer, a fugir... meu embalo nas noites de insónias. Aqui, em cada esquina há uma história e em cada história oiço o meu riso de criança. Aqui, neste lugar, foi onde todos os meus sonhos nasceram um dia. De volta a casa.

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Deep Sunday

Eu não consigo criar música. Nem cantar. Nem pisar um palco. E, Deus nos livre, jogar futebol!!! Mas, consigo apreciar e descobrir beleza nestas atividades.
De todas as artes, a música é a minha paixão. Aqui não há receitas, não há limites,... há liberdade, há mistério, há conquista. Admiro a genialidade da criação musical e hoje partilho uma música que nasceu do talentoso Frederico Vinhas. É segunda-feira! Pára, escuta e relaxa! :)

segunda-feira, 14 de maio de 2012

A janela iluminada


A minha casa tem uma janela e é dela que vejo o mundo. Acho que toda a gente tem uma janela, só não estou certa sobre se toda a gente consegue ver o mundo. Este mundo de negra cor, com um mar para lá desta rua e dos telhados. E nesta noite de negra cor, vejo uma janela ao longe já iluminada: um novo sonho que espreita...

segunda-feira, 26 de março de 2012

Que não seja demasiado tarde

Tu és
A brisa escaldante de verão
Tu és
A boca do meu inferno
Tu és
A boca de um revolver que me queima

terça-feira, 13 de março de 2012

transparências ácidas

pingam lágrimas do céu
talvez seja a doce chuva

e vamos ficando molhados
mas isso não nos perturba

as mãos estão entregues nos nós
e vamos ficando molhados

mas não tanto que nos deixemos enganar

porque somos rios, transparências ácidas.

sábado, 3 de março de 2012

Entre as páginas dos dias

Encontro-te tantas vezes dentro dos meus pensamentos, entre o som de compassos, entre as páginas dos dias, entre o céu de Lisboa e todas as outras cores do mundo. Criei um sonho nos meus olhos só para te olhar e ficarei neste silêncio à espera, pois o meu destino é querer sempre mais...