sexta-feira, 24 de dezembro de 2010
segunda-feira, 13 de dezembro de 2010
segunda-feira, 6 de dezembro de 2010
Do alto
Do alto, conseguia avistar o caminho irregular, as casas esmorecidas, os jardins desbotados. Era uma tarde fria, como tantas outras perdidas. E eu lembrei-me mais um milhão de vezes, de todas as vezes das vezes, daquele dia que nunca esquecia... o dia em que te vi partir. De costas voltadas, ombros gastos, sem sombra, voz derrotada, caminhando sempre a descer, aumentando a distância entre nós.
Do alto, pensei que um dia me esquecia, mas todos os dias partias.
terça-feira, 9 de novembro de 2010
Sorriu
Saiu de casa apressada. a chuva roubou-lhe o penteado. o relógio ficou esquecido. a agenda mais demorada. saiu de casa apressada e arrastava o sonho consigo. pelo caminho, entre as estações, respirava a pausa do tempo perdido. saiu de casa apressada e levava o telemóvel consigo. este vibrou ao som da escrita "bom dia. quando te deitas destróis todo o ordenamento dos lençóis e provocas o caos na nossa cama." Ela sem pressa sorriu.
segunda-feira, 25 de outubro de 2010
Manhã Magenta
Antes que eu pudesse dizer o que quer que fosse, tu roubavas-me todos os pensamentos e as minhas palavras saíam serpenteadas da tua boca. Nem sempre foi assim, houve um tempo em que o mistério rondava os lençóis da nossa cama e a vida poisava lentamente à nossa cabeceira. Hoje, tudo está às avessas, o veneno corrompeu o tempo e nada mais há para lembrar. O encanto escondeu-se, a volúpia magenta ofuscou o brilho dos sonhos e só podemos suplicar por uma breve manhã ao acordar.
sexta-feira, 8 de outubro de 2010
quarta-feira, 1 de setembro de 2010
segunda-feira, 30 de agosto de 2010
à fina força
Quase consegui adormecer. Descobri à fina força que a diferença entre estares presente ou ausente existe apenas em mim. Os poemas de Caeiro apaziguaram-me. Vou sair. A tarde começa a escurecer e é quando mais gosto dela. Quiçá o mais incrível aconteça! Afinal, a vida acontece todos os dias da nossa vida...
terça-feira, 24 de agosto de 2010
dar de mim
nunca me faltará para dar de mim. as minhas mãos estarão sempre cheias para ti. dos meus cabelos flutuarão poemas e pedras feito pequenos sóis pirilampos. dos meus lábios todos os silêncios te esperarão, dormentes, em formigueiro. nas minhas pernas sempre existirão passos de dança ou simplesmente sombras firmes e sóbrias, laços para te aconchegar. no meu peito sempre encontrarás os espinhos que deixáste para trás sem consentimento meu. nunca me faltará que te dar...
quinta-feira, 29 de julho de 2010
as malhas ululantes
Ela, que se olhava todos os dias ao espelho, sabia, pois os espelhos não mentem tanto como o coração. Assim era, a malha da sua vida estava às avessas. O tempo foi erguendo as mais altas torres e esta tortura era bem real. O desejo contorcia os gestos das mãos. A sede escravizava a boca. As palavras saiam como esmolas secas. Esquecera-se de contar com o impossível.
terça-feira, 27 de julho de 2010
Cantos do meu coração
Teus dedos desenharam em mim linhas que desconhecia e da minha boca saíram sons que nunca tinha escutado antes. E foi então que comecei a sentir saudades daquilo que poderia ter sido e não foi. E no meu coração senti dores em cantos que nem sabia existirem. E tu disseste-me baixinho ao ouvido: " Sem palavras, meu amor, sem palavras."
segunda-feira, 26 de julho de 2010
terça-feira, 20 de julho de 2010
apenas só
sem princípio
sem fim
um amor nasceu assim
por acaso
planeado ou destinado
um amor apalavrado
nem os anjos sabiam de nós
nem da nascente, nem da foz
agora tudo se transformou
o amigo foi esquecido
o tempo tem desaparecido
e fiquei apenas só.
quinta-feira, 15 de julho de 2010
Run away with me and fly
quinta-feira, 8 de julho de 2010
Coisas estranhas que acontecem
suponho que foi contigo porque tinha de acontecer com alguém. foi porque tinha de ser e não podia ser de outra maneira que não esta. foi assim, sem mais nem menos do que seria previsto. foi como foi e é só isso.
sim, estas coisas são como são. acontecem. sem qualquer tipo de preparação. muitas vezes fazemos as coisas só porque não temos mais nada que fazer e, mais tarde, percebemos que nem isso conseguimos entender.
e é estranho. ficamos perplexos. afinal quem vive a minha vida? sou eu ou o que falta acontecer?
segunda-feira, 5 de julho de 2010
Durmo menos, porque sonho demais
sexta-feira, 11 de junho de 2010
Ces petits rien...
Mieux vaut n'penser à rien Que n'pas penser du tout
Rien c'est déjà Rien c'est déjà beaucoup
On se souvient de rien Et puisqu'on oublie tout
Rien c'est bien mieux Rien c'est bien mieux que tout
segunda-feira, 31 de maio de 2010
Como se me vestisse de Sol todos os dias
Nesta tarde quente e solarenga, lembro a felicidade. O encandeamento dos teus olhos. O ofuscar dos teus beijos. Recordo a fome, a sede com que saboreei as horas e segredos herdados. Lembro as pontes, as margens, os lençóis. É como se me vestisse de Sol todos esses dias. São as únicas recordações que tenho de ti, não as palavras que disseste ontem, ou hoje, ou outro dia qualquer que passou. A Vida é assim... chega sem rima, mas com pressa de fugir.
E como fugi...
quarta-feira, 12 de maio de 2010
como sempre
como sempre. encontro-te novamente. chegas com o sol e com a pele torrada e quente. como sempre. recebo-te entre abraços e sorrisos rasgados. rasgados até ao fundo de mim. por dentro. onde está mais quente. cheiras a regresso e a saudade. apertas-me contra ti. fundo-me em ti. a escaldar. feito metal quente a deslizar pelos caminhos dos teus braços. oiço dentro de mim o arrepio agudo do meu peito encostado ao teu. batem ao mesmo tempo todos os segundos, os sonhos e desertos que percorremos até aqui. tambores que batem corajosos. invencíveis. como sempre.
segunda-feira, 10 de maio de 2010
quinta-feira, 29 de abril de 2010
Naquela tarde, quase noite
terça-feira, 13 de abril de 2010
A gramática do coração
Eu podia tecer na tua pele crua o caminho da minha felicidade.
Sim, eu conseguia fazer-te sonhar com a lua descalça a teus pés...
E podia espremer todas as amarguras da tua memória para nunca mais voltarem.
Eu podia fazer tudo isto e muito mais... durante uma vida inteira e para além dela.
Eu podia fazer tanto em tão pouco tempo...
Eu podia, mas não quero.
E este verbo da 2ªconjugação, sendo transitivo, implica um complemento.
E, seja ele directo ou indirecto, não te exclui, mas também não te inclui...
Eu podia dar-te tanto ou tão pouco...
Eu podia conjugar-te em todos os tempos verbais e todos os verbos da tua vida.
No Futuro.
No Pretérito mais-que-perfeito.
E, inevitavelmente, no Infinitivo...
Sim, eu conseguia fazer-te sonhar com a lua descalça a teus pés...
E podia espremer todas as amarguras da tua memória para nunca mais voltarem.
Eu podia fazer tudo isto e muito mais... durante uma vida inteira e para além dela.
Eu podia fazer tanto em tão pouco tempo...
Eu podia, mas não quero.
E este verbo da 2ªconjugação, sendo transitivo, implica um complemento.
E, seja ele directo ou indirecto, não te exclui, mas também não te inclui...
Eu podia dar-te tanto ou tão pouco...
Eu podia conjugar-te em todos os tempos verbais e todos os verbos da tua vida.
No Futuro.
No Pretérito mais-que-perfeito.
E, inevitavelmente, no Infinitivo...
quinta-feira, 25 de março de 2010
Inquietações...
Somos filhos de um tempo próprio.
Os descendentes de Ontem não se identificam com os indivíduos de Hoje.
Nós somos os filhos da inquietação, somos a consequência das dúvidas teóricas e das impossibilidades matemáticas.
Eles são o produto da oportunidade, reflexo dos desafios científicos e do desassossego da fé.
Seja como for, o Mundo continua a girar e a comandar o que acontece à nossa volta.
Parece-me é que vivemos todos entre a ilusão do poder e o desejo de o controlar...
quarta-feira, 17 de março de 2010
as sombras dos teus caracóis
As sombras dos teus caracóis desenham figuras em movimento nas páginas da minha vida. As histórias que contam só eu consigo perceber, pois elas falam de mim para ti... segredos contados ao ouvido... Palavras desconhecidas, mas tão comuns... Palavras tão minhas, tão de todos... Que só recordaremos mais tarde ou então nunca mais...
segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010
Eu podia viver assim
quinta-feira, 28 de janeiro de 2010
o bater do coração
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