"Ainda que o tempo desfaça o que sentimos um pelo outro... Ainda que este instante, um dia, seja recordado apenas com ternura. Ainda assim, eu irei lembrar-me que foste tu que me deste o mundo... E, hoje, aqui, juntos, fomos Imperadores do Amor."
O Sol espreita à janela. As roupas continuam perdidas pelo chão. Os lençóis escondem dois corpos e os nossos braços continuam entrelaçados. O nosso respirar já não é ofegante, mas distante, cansado. E o Amanhã acabou de chegar à nossa janela. Abro os olhos lentamente. Olho para o relógio da cabeceira. Não estou pronta para acolher o novo dia, mas, assim tem de ser. Ele continua a dormir, perdido nos meus braços de mulher. Perdido por mim. Tem a cabeça repousada sobre o meu peito e descansa. Ele continua a dormir. Lentamente, levanto-me, sem o perturbar. Levanto-me e olho-me ao espelho. Nua. Nua para a vida. Nua, mas decidida. Sei que não sou a mesma de ontem à noite. Sei que estou consciente de tudo o que fiz e senti. Sei que estou livre. Recolho, peça a peça, a minha roupa espalhada pelo chão. Sento-me no pequeno sofá encostado num canto do quarto. Respiro fundo e começo a vestir-me, sem fazer barulho, para não o acordar. Levanto-me, procuro a minha bolsa, tiro um papel e uma caneta e escrevo. Coloco o bilhete na mesinha da sua cabeceira e decido ir-me embora. Caminho para a porta e agarro o puxador com força, com tanta força. Respiro fundo,respiro coragem. Rodo o puxador, abro a porta, saio e fecho a porta atrás de mim. Fecho a porta que tanto anseio por abrir de par a par, a porta do meu coração.
Ele continua a dormir. O Sol espreitou pela janela e já entrou no quarto sem pedir licença. Ele acorda. Sabe que está sozinho, pois ouviu a porta a fechar-se quando ela se foi embora. Lê o bilhete e sorri. Levanta-se e vai tomar banho. Depois de estar algum tempo debaixo da água corrente, pensa nela. E pergunta-se se será sempre assim... Enxuga-se na toalha branca de hotel. Apercebe-se que terá de vestir a roupa do dia anterior e faz uma careta. Apanha a sua camisa branca do chão e começa a vestir-se. Quando termina, abre a porta e sai.
Depois do almoço, dona Albertina, camareira há dez anos no hotel, entra no quarto 311 para fazer o seu trabalho. Olha ao seu redor e pensa que vai ser um quarto fácil de arrumar. Começa por trocar os lençóis e, no meio da brancura do tecido, surge um pedaço de papel. Curiosa como é, lê o rascunho. Quando acaba, senta-se na cama e chora. Pois é, dona Albertina, o que tem de curiosidade, também tem de romantismo!
O Sol espreita à janela. As roupas continuam perdidas pelo chão. Os lençóis escondem dois corpos e os nossos braços continuam entrelaçados. O nosso respirar já não é ofegante, mas distante, cansado. E o Amanhã acabou de chegar à nossa janela. Abro os olhos lentamente. Olho para o relógio da cabeceira. Não estou pronta para acolher o novo dia, mas, assim tem de ser. Ele continua a dormir, perdido nos meus braços de mulher. Perdido por mim. Tem a cabeça repousada sobre o meu peito e descansa. Ele continua a dormir. Lentamente, levanto-me, sem o perturbar. Levanto-me e olho-me ao espelho. Nua. Nua para a vida. Nua, mas decidida. Sei que não sou a mesma de ontem à noite. Sei que estou consciente de tudo o que fiz e senti. Sei que estou livre. Recolho, peça a peça, a minha roupa espalhada pelo chão. Sento-me no pequeno sofá encostado num canto do quarto. Respiro fundo e começo a vestir-me, sem fazer barulho, para não o acordar. Levanto-me, procuro a minha bolsa, tiro um papel e uma caneta e escrevo. Coloco o bilhete na mesinha da sua cabeceira e decido ir-me embora. Caminho para a porta e agarro o puxador com força, com tanta força. Respiro fundo,respiro coragem. Rodo o puxador, abro a porta, saio e fecho a porta atrás de mim. Fecho a porta que tanto anseio por abrir de par a par, a porta do meu coração.
Ele continua a dormir. O Sol espreitou pela janela e já entrou no quarto sem pedir licença. Ele acorda. Sabe que está sozinho, pois ouviu a porta a fechar-se quando ela se foi embora. Lê o bilhete e sorri. Levanta-se e vai tomar banho. Depois de estar algum tempo debaixo da água corrente, pensa nela. E pergunta-se se será sempre assim... Enxuga-se na toalha branca de hotel. Apercebe-se que terá de vestir a roupa do dia anterior e faz uma careta. Apanha a sua camisa branca do chão e começa a vestir-se. Quando termina, abre a porta e sai.
Depois do almoço, dona Albertina, camareira há dez anos no hotel, entra no quarto 311 para fazer o seu trabalho. Olha ao seu redor e pensa que vai ser um quarto fácil de arrumar. Começa por trocar os lençóis e, no meio da brancura do tecido, surge um pedaço de papel. Curiosa como é, lê o rascunho. Quando acaba, senta-se na cama e chora. Pois é, dona Albertina, o que tem de curiosidade, também tem de romantismo!
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